O principal desafio no câncer de mama na gravidez é oferecer a melhor opção de combate à doença, protegendo o feto.
Diagnóstico
Exame clínico das mamas no pré-natal:
O teste é essencialmente clínico e consiste em apalpar os seios e as axilas da mulher. Durante o procedimento, ela tira a blusa e permanece deitada. Se notar algo suspeito, o mastologista pode pedir um ultrassom ou uma mamografia com biópsia.
Tratamento Cirúrgico
Mastectomia com linfadenectomia axilar
A mastectomia é um procedimento cirúrgico para a remoção de uma ou ambas as mamas, que, na maioria das vezes, está indicada para pessoas diagnosticadas com câncer, e pode ser parcial, quando apenas uma parte do tecido é removida, total, quando a mama é retirada por completo ou, até radical, quando, além da mama, são retirados músculos e tecidos próximos que podem ter sido afetados pelo tumor.
A linfadenectomia axilar consiste na retirada de linfonodos da axila em casos de câncer de mama. Os linfonodos ou gânglios fazem parte do sistema linfático, que faz a defesa do organismo. São conglomerados de células de defesa, assim como as amigdalas. A linfadenectomia axilar normalmente é utilizada quando a cirurgia procura retirar todos os linfonodos da axila. As cirurgias mais seletivas são chamadas de biópsia de linfonodo sentinela.
“A cirurgia somente poderá ser considerada conservadora, apenas se a radioterapia puder ser realizada em tempo hábil após o parto”.
Quimioterapia
Os riscos de expor um feto à quimioterapia estão altamente relacionados à idade gestacional no momento da exposição. O feto se torna especialmente vulnerável quando exposto no período embrionário de 4 a 8 semanas após a concepção. Após este período, os olhos e a genitália, assim como o sistema hematopoiético e o sistema nervoso central continuam suscetíveis à exposição prolongada.
A exposição do feto à quimioterapia, no segundo e terceiro trimestres, não parece causar um aumento significativo do risco de grandes anomalias fetais, porém parece estar associada a retardo do crescimento intrauterino e baixo peso ao nascer. A incidência de malformações congênitas na população em geral é em torno de 3% de todos os nascimentos. Este índice pode alcançar até 17% nas pacientes que recebem monoquimioterapia, e até 23% nas que recebem poliquimioterapia no primeiro trimestre da gestação. No segundo e terceiro trimestres, o índice de malformações é praticamente igual ao da população em geral. O risco de malformações decresce rapidamente com o final da fase de organogênese.
O que evitar se estiver realizando tratamento para o câncer?
1- Engravidar antes de dois anos do término do tratamento
Evitar gravidez durante o tratamento oncológico é necessário, pois a gestação é um “mar de hormônios” no corpo da mulher, o que pode influenciar o crescimento do tumor e, consequentemente, o tratamento. Às vezes a quimioterapia provoca irregularidades no ciclo menstrual. Muitas mulheres podem até parar de menstruar nesse período, o que as leva a crer que não podem engravidar, no entanto, pode, sim, acontecer uma gravidez. Não dá para fazer continha de período fértil, pois neste período você perde o parâmetro. Por isso, é necessário ter um método de prevenção efetivo durante todo o tratamento.
A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) contraindica todos os métodos hormonais para pacientes com câncer de mama, inclusive o DIU (Dispositivo intrauterino) com levonorgestrel. “Nada de hormônios. As injeções também estão proibidas, assim como os adesivos e implantes. A alternativa, neste caso, é o DIU de cobre, que é um método de barreira eficaz e reversível, ou seja, se a mulher desejar engravidar, basta retirá-lo. A laqueadura também é uma opção”.
O uso da pílula fica restrito também após o tratamento quimioterápico, já que normalmente ela precisa tomar um bloqueador hormonal (para que não haja recidiva) até ser considerada curada.
2- Pesquisa de Linfonodo Sentinela
O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática proveniente do câncer de mama. A sua detecção tem a finalidade de predizer o estado da axila e evitar o esvaziamento axilar nos pacientes sem comprometimento metastático.
Para identificar este linfonodo, é realizado um exame de linfocintilografia. Ele consiste em injetar uma substância radioativa no paciente, que vai percorrer a rota linfática que sai do local do tumor e identificar a localização do linfonodo sentinela e por isso é importante evitá-lo já sabendo que está em tratamento.
3- Radioterapia
A radioterapia deve ser evitada durante toda a gestação, e sempre que possível optar pela cirurgia. As mulheres grávidas devem evitar o uso de hormonioterapia na gestação, pois são capazes de provocar malformações fetais. O uso de terapias alvo também deve ser evitado na gravidez.
4- Amamentação
Deve-se evitar o uso de quimioterapia durante o período da amamentação. Vários quimioterápicos foram encontrados no leite materno, como a ciclofosfamida, a cisplatina, o methotrexate e a doxorrubicina, o que pode acarretar consequências sérias para o recém-nato. Em caso de necessidade do uso de citostáticos durante o período de amamentação, deve-se inibir a lactação.
Após o término do tratamento, converse com seu médico para que sua amamentação seja segura. Cuide-se e tenha uma vida mais saudável junto do seu bebê!